Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura

Em 1928 o escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo já era tido como o mais famoso e reputado da área na América Latina. Projetou e executou a construção de diversos prédios de importância histórica hoje, tais como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal, o Prédio da Light e o Mercado Público de São Paulo. Projetou também a Casa das Rosas, uma mansão em estilo clássico francês com trinta cômodos, edícula, jardins, quadras e pomar na Avenida Paulista, local que reunia a maioria dos milionários barões do café. 


A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Por essa época, a Avenida Paulista já não era mais a mesma. A Casa das Rosas já dividia espaço com prédios comerciais, bancos, edifícios modernos e o característico trânsito de pessoas e veículos. Ameaçado de demolição, o casarão foi preservado em ação inédita no Brasil. Na parte do terreno que dá para a Alameda Santos, foi liberada a construção de um moderno edifício comercial enquanto a casa foi restaurada e transformada pelo Estado de São Paulo em espaço cultural, inaugurado no ano do centenário da Avenida Paulista, 1991. 


A avenida que fora aberta pela riqueza agrária havia se transformado na via dos casarões dos industriais e logo em seguida na avenida do mundo das finanças, dos prédios modernos e de bancos suntuosos. Eleita pela população da cidade como símbolo de São Paulo, certamente a Paulista é a “perfeita tradução” da história econômica da cidade e do país. Da agricultura à indústria, e dessa ao mercado financeiro, em menos de um século. Em 1991 a Paulista já estava claramente se convertendo na avenida da cultura, transformação que as últimas décadas testemunharam. Museus, livrarias, salas de cinema e de teatro, parques e jardins, rosas, flores e estátuas foram se multiplicando para tornar a Avenida Paulista uma atração cultural ímpar na cidade.


Levando-se em conta a estrutura urbana da avenida e seu entorno, podemos dizer que a avenida mais paulista da cidade transformou-se em um dos espaços de cunho democrático, onde todas as manifestações têm vez, representando na dinâmica da cidade um grande fórum de debates. Evidencia-se tanto lutas pela inclusão como é o caso da Parada Gay que celebra a diversidade, dado ao enorme público que congrega, bem como questões tradicionais como a comemoração do Natal e Ano Novo, à qual convergem multidões. É nesse cenário chamado Avenida Paulista que a Casa das Rosas permanece um legítimo representante da arquitetura paulista como símbolo e referência de memória do cotidiano e das transformações da cidade e modos de vida.


E é nesse contexto que a Casa das Rosas, desde a sua reinauguração como Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, no final de 2004, tem oferecido à população de São Paulo cursos, oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, lançamentos de livros, apresentações literárias e musicais, saraus, peças de teatro, exposições ligadas à literatura, etc. Transformou-se, portanto, em um museu que se notabiliza pelo trabalho de difusão e promoção da literatura de escritores muitas vezes deixados de lado pelo mercado e pela oferta de oficinas e cursos de formação para aqueles que pretendem se tornar escritores ou aprimorar sua arte.


A resposta da população tem sido surpreendente. Das cerca de 300 mil pessoas que visitam a Casa das Rosas anualmente, a grande maioria é composta por frequentadores dos seus cursos e eventos literários. Sucedem-se os relatos de pessoas das mais variadas formações, idades e nível social que se iniciaram na literatura por meio dos trabalhos na Casa das Rosas. Abundam os relatos de escritores já bastante conhecidos de que a sua participação nos eventos da Casa estimulou o seu trabalho. Trata-se de um local que estimula as tendências mais claras da cultura paulistana: a mescla de erudição, oferecida nos cursos e palestras, e do espírito revolucionário, estimulado por meio do convite à apresentação de inúmeros artistas, poetas, músicos, dramaturgos, escritores em geral, que podem, neste espaço, democraticamente, expor suas experimentações.


MISSÃO

“Promover o conhecimento, a difusão e a democratização da poesia e da literatura, incentivando a leitura e a criação artística, preservando e problematizando o patrimônio histórico-cultural que abriga, tanto o arquitetônico quanto o acervo Haroldo de Campos”.

Principais Diretrizes

1. Tornar a Casa das Rosas, “museu de si mesma”, conscientizando o público para a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural da cidade.

2. Apoiar a criação literária em todas as suas etapas, propiciando, desde ao iniciante até ao escritor já consagrado, capacitação técnica e recursos de profissionalização.

3. Constituir um núcleo de preservação, investigação, reflexão, documentação e difusão da obra do poeta e ensaísta Haroldo de Campos que sirva como referência indispensável, nacional e internacional.  


Contato

Telefone para contato: (11) 32856986

Email: contato@casadasrosas.org.br

Instituição

Instituição é Pública, Estadual

Valor da entrada R$:

Ano de abertura: 1991

Visitantes do ano anterior: 289677

Temática do museu: História

Tipologias do acervo: História, Imagem e Som

O museu possui biblioteca. Acervo bibliográfico aberto para consulta

Instrumento de criação: Decreto 12

Possui plano museológico.

A documentação do acervo é feita por: Software/sistemas de catalogação informatizados

Total de peças inventariadas: 121

Possui política de aquisição de acervos.

Possui política de descarte de acervos.

Pessoal

Total de pessoas trabalhando neste museu: 17

Possui de funcionários terceirizados: Sim

Possui estagiários: Sim

Possui voluntários: Não

Estrutura

Possui estatuto.

Possui regimento interno.

A instituição submeteu-se ou está se submetendo ao processo de obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).

A instituição oferece exposições de longa duração.

A instituição oferece ações educativas.

O museu promove visitas: SOMENTE mediante agendamento

Realiza atividades educativas e culturais para públicos específicos: Estudantes de ensino fundamental, Estudantes de ensino médio, Estudantes universitários, Pessoas com deficiência, Pessoas em situação de vulnerabilidade social, Professores, Terceira idade, Turistas estrangeiros, Turistas nacionais, Indígenas, quilombolas ou outras comunidades tradicionais

Possui infraestrutura para atender visitantes que apresentam dificuldades de locomoção: Elevador adaptado, Rampa de acesso, Cadeira de rodas para uso do visitante, Corrimãos nas escadas e rampas, Sanitário adaptado

Possui recursos para atendimento de turistas estrangeiros: Sim

Instalações básicas incluem: Bebedouro, Livraria, Restaurante e/ou lanchonete, Sanitário

Endereço

Avenida Paulista, 37, Bela Vista
São Paulo, SP (região RM de São Paulo) (Polo SISEM-SP 6)
CEP 01311-902

Horários de abertura ao público