Museu Falante de Santa Gertrudes

Nossa inspiração - o serviço de alto-falantes “A Voz de Santa Gertrudes”


“Ao som de sua habitual característica musical, está no ar o Serviço de Alto-Falante A Voz de Santa Gertrudes. Transmitido de seu estúdio, na Rua 1 sobre o abrigo. Falando para a Praça Dermeval da Fonseca Nevoeiro, Praça Carlos Buschinelli, Jardim São Maurício, Jd. Miranda, Jd. Maria Lígia, Av. Rêmolo Tonon, Rua 4 com Av. 4 e Bairro São Joaquim. Iniciando seus trabalhos no dia de hoje. Amigos ouvintes, cordialmente bom dia!”


Com essas palavras, Sr. Roque Arthur iniciava diariamente suas transmissões durante os 59 anos de alto-falantes espalhados pela pequena Santa Gertrudes.


Por meio de projetores - mais conhecidos como cornetas - instalados em postes, caixa d’água e árvores da cidade, a população tomava conhecimento das notícias do dia enquanto varria a calçada, regava as plantas, caminhava pela rua ou entrava na fila da padaria.


O alto-falante foi fundado em 1948 com o intuito de incentivar a população a votar ”sim” no plebiscito que decidiria a emancipação político-administrativa de Santa Gertrudes. Como o distrito não possuía nenhum meio de comunicação, esta foi a única maneira de disseminar a ideia e convencer a população da importância da emancipação.


Santa Gertrudes conseguiu independência política. E como não havia jornal, rádio e nenhum outro meio de comunicação, o Alto-falante viveu seus tempos de glória na cidade. Tudo girava em torno dele como um patrimônio vivo da pequena comunidade local. Transmitia diariamente as notícias da capital, quem nascia, quem morria, achados e perdidos. Nas datas festivas comentava e transmitia ao vivo os tradicionais Jogos do 1º de Maio, os desfiles da cidade, as corridas de atletismo, os desfiles das escolas de samba e momentos históricos como a visita do governante português general Craveiro Lopes na década de 50, entre tantas outras personalidades.


Nas tardes de domingo, durante o footing na praça, a parceria entre os jovens e o Serviço de Alto-Falante era perfeita. Meninas e meninos caminhavam pela praça e ofereciam músicas e pequenos poemas tímidos e singelos aos seus paqueras e pretendentes. Ninguém assinava ou citava nome, mas a cor da roupa que vestia. Tudo acontecia por meio de bilhetinhos entregues ao Serviço de Alto-falante.


Em 2006 Sr. Roque Arthur foi homenageado com o curta-metragem “O Bilhete”, com roteiro e direção de Letícia Tonon. No mesmo ano em que o filme recebia prêmios em Festivais de Cinema , o Alto-falante foi desativado. Todo seu equipamento de época: vitrolas, discos de vinil, gravadores, móveis, torres, alto-falantes, cornetas, microfones, pedestais, foram doados ao Ateliê Pé Vermelho, com intuito de futuramente ser transformado em Museu.


Em 2014 - durante o processo de contemplação do Edital de “Difusão de Acervos Museológicos” - o acervo do “Museu-Falante de Santa Gertrudes” recebeu da Prefeitura Municipal, um espaço físico temporário, o auditório do Centro Cultural “Isidoro Demarchi”. O Ateliê Pé Vermelho que cede por meio de comodato o acervo do Museu Falante para a Secretaria Municipal de Cultura, almeja conseguir um espaço maior e com condições específicas para a instalação do Museu.

 

Santa Gertrudes - Fruto do Museu Falante


O fato de Santa Gertrudes passar a existir a partir do nascimento do Alto-Falante, que nasceu para incentivar a população a votar “sim” no plebiscito que decidiria sua emancipação político-administrativa, nos permite dizer que o Sistema de Alto-Falante é o pai da cidade de Santa Gertrudes, uma vez que antes disso o município era distrito da cidade de Rio Claro.


Quando mudamos nossa municipalidade, criamos nossa própria identidade, nossa própria história. Temos o Sistema de Alto-Falante como um senso coletivo de nosso pertencimento.


Acervo do Museu Falante


O acervo é composto pelos equipamentos que fizeram parte do Serviço de Alto-Falante, A Voz de Santa Gertrudes (vitrolas, amplificadores, transmissores, rádio e cornetas). Os discos de vinil, em sua maioria vindos do Ministério da Comunicação - Governo Federal (décadas de 50, 60, 70 e 80), foram digitalizados por uma questão de conservação dos discos. Esses materiais digitalizados ficam disponíveis em estações multimídia para a apreciação e interação do público. Fotos e documentos do acervo do Alto-Falante e da população também foram digitalizados para integrar o museu e em seguida foram devolvidos à família colaboradora.


Em prol do coletivo


Paralelamente o município se empenhou de forma coletiva para a concretização do Museu. Houve muita colaboração da população e também o interesse da Secretaria Municipal de Cultura para a realização deste projeto.


O Museu Falante teve seu acervo exposto por mais de 3 anos (de 2010 a 2014) no espaço cultural do Ateliê “Pé Vermelho” que foi um dos grandes apoiadores do projeto. 


O Ateliê “Pé Vermelho” situado na Av. Rêmolo Tonon, 337 – Centro, Santa Gertrudes/SP, é um espaço amplamente conhecido entre os artistas da cidade e região pelos eventos (exposições, oficinas, pequenos shows, lançamento de filmes) sempre abertos ao público.


O Museu Falante foi inaugurado em agosto de 2014 em uma sala do Centro Cultural Isidoro Demarchi, situado na Rua 1, nº 790 - Centro, Santa Gertrudes/SP. Este endereço foi cedido pela Secretaria de Cultura, Turismo e Lazer / Prefeitura Municipal de Santa Gertrudes.


Em junho de 2022, o MUSEU FALANTE mudou para a Câmara Municipal de Santa Gertrudes, localizada na Rua São Pedro, s/n.

Contato

Telefone para contato: (19) 996740301

Email: ateliepevermelho@gmail.com

Endereço

Rua São Pedro, s/n, Recanto Flafer
Santa Gertrudes, SP (região Campinas) (Polo SISEM-SP 4)
CEP 13510-000

Horários de abertura ao público