Museu e Biblioteca Dr. Abelardo Vergueiro Cesar

O Museu e Biblioteca Dr. Abelardo Vergueiro César situado na Praça da Independência, 275, Centro do município de Espírito Santo do Pinhal, existe desde o ano 1943 como Museu e Biblioteca, foi fundado na Era Vargas, momento em que o governo de Getúlio Vargas construía importante política de preservação e conservação do patrimônio Histórico Brasileiro.


No caso específico do Estado de São Paulo essa política se articulou de várias maneiras, mas fundamentalmente pelo Decreto Lei 13.411, DE JUNHO DE 1943 que institui a criação de um sistema de Museus e Bibliotecas para o estado, pelo então Secretário de Justiça Dr. Abelardo Vergueiro César. O Museu e Biblioteca foram inaugurados em 12 de julho de 1943, como símbolo do Programa de Museu e Biblioteca instituído por Vergueiro César, que era também Secretário de Negócios do Interior. Sendo assim, constitui-se em elemento fundador de uma política pública de preservação da memória e patrimônio cultural do Estado de São Paulo.


O Museu e Biblioteca representa um importante acervo da memória e história de inúmeros momentos da sociedade brasileira desde meados do século XIX, tendo vista que o município fundado em 1849 passou pelo menos um quarto de século sob o regime escravista e se desenvolveu economicamente em torno da cafeicultura, portanto comporta em suas coleções registros materiais da sociedade escravista e bem como do imaginário da elite cafeicultora paulista.

 Museu e Biblioteca Dr. Abelardo Vergueiro César conta com um fundo de acervo de natureza arquivística, bibliográfica e museológica. Este acervo foi construído ao longo de 77 anos por meio de doações, no entanto, também ao longo destes mesmos 77 anos o Museu e Biblioteca sofreu com o processo de degradação naturalizado por uma sucessão de gestões municipais que não tinham projetos específicos de gestão e fomento para a instituição. Mesmo assim, ainda restam 3185 itens que compõem o acervo, no entanto todos os itens, sem exceção, necessitam de algum tipo de intervenção (conservação preventiva, conservação curativa e restauração).


Nota biográfica de Abelardo Vergueiro César


Nasceu em junho de 1894, em Espírito Santo do Pinhal, filho do senador Abelardo Cerqueira César, um dos grandes líderes do Partido Repu­blicano Paulista e de Maria José Vergueiro César. Advoga­do formado pela Faculdade São Francisco foi deputado Constituinte em 1933 e nesse mesmo período foi gestor da Bolsa de Valores de São Paulo onde construiu a reestruturação desta instituição após a crise de 1929. Também assumiu a presidência da Caixa Econômica Fe­deral e a Secretaria da Justiça e dos Negócios do Interi­or do Governo do Estado de São Paulo durante a intervenção de Fernando Costa. Como já indicado anteriormente foi durante sua gestão como Secretário de Justiça e Negócios do interior implementou a política de museus e bibliotecas no Estado de São Paulo.

 Abelardo Vergueiro Cesar foi um dos líderes da geração que fundou a Liga Nacio­nalista e militante ativo da entidade que, ao lado de Olavo Bilac, preconizava pelo serviço militar obrigatório e a campanha pelo voto secreto que, alguns anos depois, seria adotado oficialmente pelo Estado de Minas Gerais, e mais tarde, após o Golpe de 1930, im­posto em todo o território nacional.

Na política, onde militou por vários anos, o traço marcante de Abelardo Vergueiro César foram os seus imutáveis sentimentos de legalista e profundo republicanismo. Filiado ao Partido Republicano Paulista só rompeu com o partido ao filiar-se ao Partido Constitucionalista pelo qual foi deputado. Em 1932 rompeu com sua linha legalista ao aderir ao Movimento Constitucionalista de 1932 quando São Paulo levantou-se contra o governo Vargas e dessa forma foi um dos mais ativos fundadores e organizadores do MMDC, hoje MMDCA:

Em 22 de maio de 1932, o então ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, chegou à São Paulo com o intuito de modificar a composição do secretariado do governo do Estado, sob intervenção desde ascensão de Getúlio Vargas ao poder. Uma forte indignação contra o governo federal tomou conta das elites paulistas. O Partido Republicano Paulista (PRP), derrotado pela Revolução de 30, e o Partido Democrático (PD) formaram uma só frente e começaram uma campanha pela imediata convocação de uma Assembleia Constituinte e pelo fim das intervenções nos Estados. O movimento ganhou o apoio da classe média e realizaram-se inúmeras manifestações na Capital. No dia 23 de maio, liderados por Ibrahim Nobre, Cesário Coimbra e Silvio de Campos, os revoltosos decidiram invadir a sede do Partido Popular Paulista (PPP), ex-legião revolucionária, situada à Rua Barão de Itapetininga, esquina da Praça da República. Entraram em conflito com o chefe de polícia, Miguel Costa, e cinco manifestantes foram mortos: Mário MARTINS de Almeida, aos 31 anos, solteiro, fazendeiro em São Manoel, nascido em 08 de fevereiro de 1901; Euclydes Bueno MIRAGAIA, 21 anos, solteiro, auxiliar de cartório em São Paulo, nascido em São José dos Campos em 21 de abril de 1911; DRÁUSIO Marcondes de Souza, 14 anos, ajudante de farmácia em São Paulo, nascido em 22 de setembro de 1917, que morreu cinco dias depois; Antonio Américo de CAMARGO Andrade, 30 anos, casado, três filhos, comerciário em São Paulo, nascido em três de dezembro de 1901. Orlando Oliveira Alvarenga foi gravemente ferido, mas morreu 82 dias depois, quando o movimento já havia sido batizado com a sigla que trazia as iniciais dos quatro primeiros tombados: MMDC. 

Ao fundar o Museu e Biblioteca Dr. Abelardo Vergueiro Cesar além de inaugurar a política de Museus e Bibliotecas do Estado de São Paulo, Vergueiro César construiu um fundo de acervo pessoal cujo ápice são 7 volumes de suas memórias e nesse material expressa o desejo de que fossem publicadas pelo menos 5 ou 10 anos após a sua morte, porém já se passaram 73 anos de sua morte e somente nesse momento estamos trabalhando em torno desse material. Abelardo Vergueiro César faleceu em São Paulo em 1949.

Convém ainda reforçar que o acervo pessoal de Abelardo Vergueiro César encontra-se todo no Museu e representa como suas memórias fonte fundamental para a compreensão da vida JURÍDICA, POLÍTICA, ECONÔMICA, SOCIAL E CULTURAL DO BRASIL. São mil livros entre publicações nacionais e internacionais em todas as áreas do conhecimento, além de seus pertences pessoais e documentos sobre a Bolsa de Valores do Estado de São Paulo.


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