Museu de Arqueologia de Iepê

O Museu de Arqueologia de Iepê (MAI) foi criado em 30 de junho de 2000, após ter sido descoberto no município sítios arqueológicos de grupo indígena Guarani e de grupos caçadores-coletores e o fato dos munícipes manifestarem o desejo de que o acervo arqueológico resgatado pela equipe da arqueóloga Neide Barrocá Faccio da FCT/UNESP permanecessem na cidade de origem. A História das pesquisas arqueológicas no Município de Iepê, SP começa com o espírito de investigação, o respeito por outras culturas e o sonho de um homem chamado Roberto Ekman Simões, que tinha na área de sua propriedade e da sua família, no Município de Iepê, sítios arqueológicos Guarani e de grupos caçadores-coletores. Esse homem de família pioneira de Iepê guardou seu sonho durante duas décadas, em caixas de madeira, em algumas das estantes de sua casa e só partiu quando tudo já estava certo para a sua realização. O senhor Roberto morreu no ano de 2000 antes da inauguração do Museu de Arqueologia de Iepê.

No Município de Iepê estão os Sítios Arqueológicos Guarani: Ragil, Ragil II, Capisa, Lagoa Seca, Pernilongo, Aguinha e Terra do Sol Nascente e os sítios de grupos caçadores-coletores: Ekman Simões e Vallone.

A população de Iepê, em especial seus educadores e comerciantes, aprovaram a ideia de montar um museu na cidade e trabalharam para isso. O número de peças evidenciadas, a qualidade e a beleza do material arqueológico, chamaram a atenção da comunidade local, que iniciou negociação com a Prefeitura Municipal de Iepê, SP para a criação do Museu de Arqueologia de Iepê.

O Museu de Arqueologia de Iepê é referência em termos nacionais e internacionais e tem por missão a preservação e divulgação do patrimônio arqueológico indígena do Estado de São Paulo, com destaque para materiais Guarani (cerâmica, pedra lascada e pedra polida) e de grupos caçadores-coletores (pedras lascadas). O Museu de Arqueologia de Iepê possui um acervo de mais 130.000 peças arqueológicas, entre elas urnas funerárias Guarani, pedras polidas e pontas de projetil. Todo acervo possui curadoria realizada em parceria com o Museu de Arqueológia Regional da FCT/UNESP.

O MAI possui como curadora a arqueóloga Livre Docente Neide Barrocá Faccio da FCT/UNESP. A parceria do MAI com a FCT/UNESP possibilita ao MAI um Programa de Educação Patrimonial composto por ações diversas como cursos de atualização e palestras para professores e comunidade em geral sobre a Arqueologia do Planalto Ocidental Paulista. O Museu desenvolve projetos junto à comunidade desde sua criação com destaque para os cursos e oficinas, atendendo em torno de 5.000 pessoas por ano. O programa do museu assume a população local como sua primeira prioridade, promovendo espaços de encontro, cursos e oficinas.

A democracia, a equidade, a participação popular a educação e a cidadania são valores que o MAI prima na realização de suas ações. Assim em suas ações o foco está na conscientização, que inclui a educação básica e comunidade em geral.

Texto elaborado por Neide Barrocá Faccio.